Sinto dores em diferentes lugares do meu corpo, sinto frio, fico deitado por dias. Aí penso que estou com febre, mas a temperatura está normal, a saúde balanceada.O coração é que está mal. Sinto ausência de dias leves, o peso de memórias doces, insônias de bons sonhos. Sinto abraços em plena madrugada, sinto os livros como minha unica companhia, sinto o espelho como um objeto banal. Encaro o relógio a todo momento e posso jurar que ele está brincando comigo, que ele já parou de funcionar há muito tempo. Vejo o sol brilhar mas esqueci o porquê. Ando pelas ruas, converso com algumas pessoas, mas continuo quieto aqui dentro de mim. Choro sorrisos que não voltam, sorrio por lágrimas que se prendem. Sinto o dobro do que posso sentir, em todas as horas do dia, em todos os dias da semana. Então eu me escuto, me acalmo, me abraço, me conforto. Sinto ventos que não me levam, horas que não curam, cobertor que não aconchega, palavras que não aconselham, músicas que não fazem sentido, pessoas que não tem alma. Eu sinto pássaros mudos, caminhos que não se cruzam, meses que se repetem, fome que não se alimenta. Sinto borboletas voando por ai, estomago vazio, coração quase parando. Essa sensação de perda escapando de mim… isso não é saudade. Quem me dera fosse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário