terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ela é....

Ela é aquela de longa trança, cheia de anéis e olhar profundo. Ela caminha descalça sobre a terra, dorme sobre os galhos das árvores e não teme o vento que balança seus cabelos como as folhas dos galhos. A mulher intuitiva é aquela que dança nas pontas dos pés e gira sua saia e balança seus quadris. Ela senta-se ao redor de uma fogueira com as outras de seu grupo, pois não pode viver só. E, estando em grupo, partilha da sabedoria ancestral que traz consigo, sua sabedoria de velha, seu amor maternal e sua leveza de menina. Ela faz poesias e usa as palavras com o cuidado de respeitar-lhes o poder, pois cada palavra pode compor um verso, uma prece, um cântico ou um encanto. E ela caminha fluida e intocável por florestas escuras e retorna à luz, pálida e nua. Se preciso, ela veste-se de armas e escudos e luta. Ela retorna da guerra para mostrar aos seus que é a batalha que nos mantém fortes, não o descanso. E, como um lobo, ela lambe as próprias feridas como se tivesse na ponta da língua um bálsamos para tudo. Ela é forte, é sábia e tranquila. Ela é avó, mãe e filha. Ela guarda em si todos os segredos da vida.

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