quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Brisa e Vento




— Já se sentiu assim?
— Assim… Como?
— Assim. Desse jeito. Todo errado.
— Ahn.
— Como se esse não fosse o teu lugar, como se estivesse meio que perdido. Eu tô procurando alguma coisa, e o engraçado é que não faço a mínima ideia do que é. Talvez um sorriso, um alguém…
— Talvez um amor.
— É, talvez um amor. Ainda que eu queira distância.
— Amor não é tão ruim assim como as pessoas normalmente enxergam.
— Não é tanto, mas é.
— Só um pouquinho.
— E o que você sabe sobre o amor?
— Sei muita coisa… Principalmente a parte da dor. É um pouco masoquista, sabe? Quando você quer alguém por perto e tem medo que ela te machuque; por mais que você já esteja fazendo isso. A única certeza que eu tenho é que não importa o quanto você sofra, só basta aquela pessoa sorrir e tudo simplesmente, ahn, vai embora.
— Que nem…
— Que nem vento. Às vezes tá todo revoltado; te irritando quando faz os fios de cabelo atrapalharem a visão ou quando levantam a roupa de leve. Mas aí depois de um tempinho ele acalma, e aí traz aquela brisa gostosa… Sabe a brisa?
— Sei.
— Ela é o amor.
— E o vento é a dor? O masoquismo?
— De fato. Porque convenhamos… Quem ama tem noção de que vai doer uma hora ou outra. Tem que ter. A única diferença é que é uma dor boa, que te faz bem.
— É…
— O amor é a única dor que é capaz de te fazer sorrir quando o que você mais quer é chorar. (NoGirl)

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