quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Do amor...



Quarta-feira, 00:23,

“Ela estava deitada em seu quarto com a tv ligada, sem estar exatamente prestando atenção no que se passava. Tinha os olhos fixos no teto; imersa em seus pensamentos, mergulhada em seu subconsciente, repassando memórias.

Seus olhos lacrimejaram e sem medir esforços, deixou que lágrimas caíssem levemente por seu rosto. Estava cansada de segurá-las, cansada de toda vez que media esforços para não deixar que elas caíssem, uma dor apertasse em seu peito.

No momento, não entendia o motivo de suas lágrimas, nem queria. Eram tantos sentimentos bagunçados sendo libertados de uma só vez que doía sua cabeça só de pensar em tentar entender o motivo. Era um conflito dentro de si, sobrecarregando-a. Então, simplesmente deixou que suas lágrimas caíssem, tentando, pelo menos, se livrar de parte dessa dor de um vazio que sentia. Ela guardava tanto só para si.

Suas lágrimas cessaram, e voltando para sua sanidade, começou a pensar com clareza novamente. Ela não estava chorando por garoto algum, o amor não era motivo daquela dor e vazio que apertava seu peito, ele era sim um desconhecido. Nunca havia se apaixonado, oras. Não era nem possível. Via tanta gente sofrer por amor que nem imaginava como ela poderia se apaixonar para terminar naquilo. Não, de jeito nenhum ela queria se apaixonar, mesmo negando para si mesma que o motivo disso tudo, em parte, fosse o vazio. Ela negava que precisava do amor.

Seus olhos suplicavam por ajuda, gritavam para que a salvassem de si mesma. Sua frieza estava lhe fazendo mal, lhe causando dor. Mas ninguém poderia salvá-la. Só ela mesma. Ela tinha que abrir espaço para que ajudassem. Abrir espaço para que preenchessem o vazio. Seu coração bloqueava o que quer que fosse que tentasse entrar, como se nada fosse digno de confiança, mas ele, ao mesmo tempo, arfava por oxigênio, por um alguém. Ela tinha que deixar essa baboseira de “sofrer por amor” de lado e se entregar. Vai ver era disso que ela precisava. Então, aos poucos ela foi se libertando, ela sabia que era exatamente isso que ela precisava.
Do amor”

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